sexta-feira, 27 de abril de 2012

MAIO, MÊS DE MARIA...


O mês de maio ainda é considerado o Mês de Maria. Antes da reforma da Liturgia iniciada por Pio XII, com a introdução da missa vespertina, havia celebrações não litúrgicas, à noite, celebrações devocionais em louvor de Maria no mês de maio inteiro.
Todos os dias à noite havia o terço solene, a ladainha cantada de Nossa Senhora, procissões, muitos cânticos, muitas flores, bênção com o Santíssimo Sacramento. Estas celebrações não eram litúrgicas. A liturgia verdadeira é formada daqueles ritos que cercam a celebração dos sacramentos. É que antigamente não se podia celebrar missa após o meio dia. Então, à noite havia a chamada “Reza”. À noite os devotos iam para a “reza”, Hoje se vai para a missa. A missa esvaziou a “reza”.
                   A missa é a Eucaristia, e a Eucaristia é tudo na Igreja, é o centro da verdadeira devoção e da vida cristã. Nada pode substituí-la. Ela tem uma densidade total. Há liturgia de missa mais solene e liturgia mais simples. Há missa com cânticos e há missa sem. Mas, a missa em si é sempre a mesma: é a Eucaristia que é a repetição da Ceia do Senhor e de sua Morte e Ressurreição. A reforma de Pio XII foi correta e o Concílio não só a confirmou, mas também a enriqueceu enormemente. Por isso aquelas devoções não litúrgicas, celebradas com grande aparato, foram diminuindo, como aconteceu com as
celebrações do mês de maio.
                Isso não quer dizer que não possamos celebrar o Mês de Maria, com devoção e até com solenidade. Isto depende muito da oportunidade, da criatividade e de uma série de coisas que se podem implementar na Igreja. Mas não podemos nos esquecer que nada pode ser mais importante que a missa, mesmo a que é celebrada na simplicidade. Aliás, está muito esquecido que o silêncio faz parte da liturgia da missa. Quantas vezes a missa se torna cansativa, porque não se faz um pouco de silêncio durante sua celebração, para se assimilar a riqueza incomparável da presença real eucarística, e a riqueza da Palavra de Deus, que também nos alimenta e que precisa ser meditada.
              Nada há contra as celebrações em louvor de Maria, no mês dedicado a Ela. Ela é a Mãe de Jesus, é nossa intercessora por excelência, depois de Cristo Jesus. Ela nos foi dada como Mãe, na pessoa de João. Qual é o católico que não vibra com tudo aquilo que fazemos em louvor de Maria?! A pronúncia do seu nome já nos traz doçura para o coração. A ela os católicos se confiam nas horas de aflição, porque sua intercessão é poderosa. Então programar os momentos de Maria durante o seu mês hoje, depende de nós, de nossas comunidades que estão livres para manifestar sua criatividade.
                                                                                        
                                                          F. Ismael Martignago - Pároco

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