quinta-feira, 1 de novembro de 2012

                             DIA DE ESPERANÇA DOS QUE ACREDITAM EM CRISTO


Hoje celebramos o dia dos que já partiram para sempre deste mundo. Neste aspecto é um dia que nos traz sofrimento. Dependendo do amor que tivemos pelas pessoas que eram ligadas a nós e já se foram, a saudade é mais ou menos cruciante. As  saudade é um bom sinal da bondade do nosso coração, não só, mas também  da certeza de que somos imagem e semelhança de Deus, porque participamos com ele da capacidade de amar, pois Deus se define como amor: “Caríssimos, amemo-nos  uns aos outros, pois o amor é de Deus  e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama, não conheceu a Deus , porque Deus é amor...” (cfrI Jo 4,8-16)

 Nós somos aqueles que acreditamos na ressurreição dos mortos. Quem nos ensina isso é o Apóstolo Paulo, especialmente na sua primeira Carta aos Coríntios, no capítulo 15. Depois de recordar os relatos das aparições de Jesus aos discípulos, após a ressurreição, e da experiência pessoal de seu encontro com o Ressuscitado, exorta seus irmãos de Corinto, que estão fraquejando nesta fé e nesta esperança nos seguintes termos: “Ora, se se prega que  Cristo ressuscitou dos mortos , como podem alguns dentre vós  dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, vazia é vossa fé... e se Cristo não ressuscitou, ilusória é vossa fé: ainda estais nos vossos pecados. Portanto, aqueles que adormeceram em Cristo estão perdidos . Se temos  esperança em Cristo tão somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou, primícias dos que adormeceram” (I Cor 12-20).

Somos criados por Deus do húmus da terra e nos foi dado participar da vida de Deus, pelo sopro divino, recebendo o espírito criado diretamente por Deus, numa junção substancial das duas partes que não se pode desfazer, porque do contrário deixaríamos de ser pessoa humana( cfr.Gn 2,7). A pessoa humana é um espírito encarnado e o há de ser para sempre, porque Deus a criou assim. É da essência da natureza humana ser corpo e alma. A ressurreição é a confirmação eterna do que Deus realizou de uma vez por todas. Nós cristãos não podemos admitir esta separação da alma e do corpo, sob pena de afirmarmos que Cristo também não ressuscitou com sua natureza humana. O contrário é o que está afirmado em Jo 20,27: “Disse depois a Tomé: ‘Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado: e não sejas incrédulo, mas crê”. Na presença do Cristo-Morto-Ressuscitado, afirmamos também a nossa ressurreição. Não cremos em outra coisa a respeito de nosso destino eterno. Respeitamos os que discordam dos cristãos, mas absolutamente não aceitamos a reencarnação. Não há lugar para isto na fé Cristã. Jesus para nós não é nenhum médium, é o Filho do Deus Altísssimo.
Para nós e para os irmãos nossos que já foram levados por Cristo, tenhamos esta alegre esperança e esta firme certeza transmitidas a nós pelo Mestre: “Não se perturbe o vosso coração! Na casa do meu Pai há muitas moradas. Eu vou preparar-vos um lugar” (cfr. Jo 14,1-6). Como nos diz Santo Agostinho: podemos chorar nossos mortos. Não deixemos, porém, que jamais nosso coração se carregue de tristeza e incertezas. Vivamos na alegria do Cristo-Morto-Ressuscitado!


Frei Ismael Martignago - Pároco

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