quinta-feira, 20 de dezembro de 2012



Não se sabe o dia exato do nascimento de Cristo. Até o século quarto de nossa era a Igreja celebrava, com solenidade, somente a Páscoa da Ressurreição de Cristo, todos os domingos, e de uma maneira mais solene, a Páscoa anual. Só com o tempo foram aparecendo outras celebrações que preenchem todo o calendário litúrgico do ano. Assim aconteceu com o Natal. No dia 25 de dezembro se dá o solstício do inverno no hemisfério norte (data em que o sol está mais perto da terra). Nesse dia, por decreto do Imperador Aureliano, em 274, começou a ser celebrado o dia do “deus sol invencível”. Quando o Cristianismo se impôs de maneira definitiva no Império Romano, a Igreja substituiu esta festa pagã pela comemoração do nascimento de Jesus Cristo.
Encontramos em Malaquias 3,20 a referência ao futuro Salvador, chamado por ele de “Sol da Justiça”. Em base nisto forma-se então toda a maravilhosa liturgia do Natal, deixando todo o sentido de festa pagã, para uma festa totalmente cristã, colocando no centro da história humana Jesus, o Cristo, isto é o ungido de Deus, Salvador e ponto final de toda a esperança da humanidade. Com o passar do tempo, segundo indica a história do Presépio, especialmente por influência de São Francisco, entrou a figura do Menino Jesus, que o Cântico “Noite Feliz” retrata na melodia e no texto, com piedade verdadeira e grande emoção, o Nascimento pobre de Jesus.
Já vai longe o tempo em que também os meios de comunicação ainda faziam menção à figura central da festa do Natal: o Menino Jesus. Hoje tudo isso foi esquecido. O Natal é momento de consumismo puro e simples. O Papai Noel, que também tem uma origem religiosa, na figura do Santo Bispo São Nicolau, com sua caridade, hoje é um poderoso agente de vendas de coisas. Na mentalidade pós-moderna isto é que faz a felicidade. Então o Natal se esvazia e deixa também um grande vazio na alma de quem se entrega apenas ao consumo. E a troca de presentes, que antigamente representava a troca de dons entre o céu e a terra, entre Deus e os homens, tem um aspecto de quase escravidão, pela sua obrigatoriedade, materialidade e formalidade.
Que tal pensarmos um pouco e iniciarmos individualmente uma mudança no nosso modo de pensar que nos levaria a um novo modo de agir. O Natal traria uma imensa alegria interior e um sentimento incrível de libertação. Quem estiver disposto, faça a experiência e será recompensado por esta alegria que não tem preço. É pura gratuidade. Nasce dentro de nossa alma e podemos trocá-la com os outros, todos ganhando muito.
                                                                               Frei Ismael Martignago


Nós, Frei José de Oliveira, Frei Luiz Gonzaga dos Santos, Frei Alonso Aparecido Pires e Frei Ismael Martignago, que temos o privilégio de exercer nossa missão sacerdotal e franciscana no meio do povo de Cândido Mota, queremos desejar a cada um de vocês boas festas de Natal e de início de um novo ano. Cristo nascido, morto e ressuscitado e que está dentro e no meio de nós, é o quem renova o mundo e cada um de nós, todos os dias. Ele é a nossa paz. Nós, renovados, devemos renovar também o mundo, todos os dias, pela graça de Cristo que trazemos dentro de nós. Diz o Profeta Isaias: “Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz (Is 52,7). Que ela seja o dom que trocaremos entre nós neste Natal e neste Novo Ano.

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