segunda-feira, 2 de julho de 2012

EDITORIAL
SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS
O  prefácio da missa de São Pedro e São Paulo assim reza: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva  sobre a herança  de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações , anunciou-lhes  o Evangelho da Salvação.  Por diferentes  meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa  do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração”.  A Igreja ao colocar essas expressões na liturgia, vem esclarecer que na Igreja nem todos são iguais e há muitos modos de viver o Evangelho e a pura doutrina da Igreja, de modo diverso, sem ferir a unidade da fé. Foi o que aconteceu na Igreja primitiva. Por exemplo: Tiago, bispo de Jerusalém, era de índole mais tradicional e gostava de guardar a tradição judaica e as determinações da lei de Moisés, sem ferir a a novidade do Evangelho de Jesus Cristo. Pedro que era mais conciliador, como chefe, desejava levar a Igreja na unidade, então não tomava atitudes radicais. Paulo, que tinha sido fariseu fervoroso, cultor da lei, após a conversão viu  quanto o apego à Lei de Moisés atrapalhava, pois foi este apego que o levou a coordenar o martírio de Estêvão e a levar outros cristãos à morte. Daí sua aversão à Lei, levando a afirmar, com a maior ênfase que é Cristo e a fé nele que salvam, independentemente da lei, e então dizia na Carta aos Gálatas: “Não invalido a graça de Deus, porque se é pela Lei que vem a justiça, então Cristo morreu em vão”( Gl 2,21).
Da comemoração litúrgica destas duas colunas da Igreja, Pedro e Paulo, colhemos a lição de que muitas são as maneiras de  viver o Evangelho e a sã doutrina, sem cometer infidelidade para com uma das características da Igreja Católica: a unidade na fé, no culto e na caridade, com fidelidade à tradição dos Apóstolos. Na Igreja conhecemos muitos santos que fundaram ordens, congregações, entidades, as mais diversas, para atender aos problemas do momento histórico em que viveram, dando testemunho da mesma fé, de modos diferentes, guardando fidelidade básica ao Evangelho. Não devemos admirar a diversidade de devoções, de movimentos, de pastorais, de opiniões, tanto de bispos, de padres e de leigos. Todos devem estar de acordo com aquilo que é fundamental e que não pode ser negado, sem cometer uma ruptura definitiva com a Igreja. Assim dizia Santo Agostinho: “No essencial unidade; no discutível, liberdade, e, acima de tudo, a caridade”.
                                                                                                             Frei Ismael Martignago  - Pároco

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